Psicologia da Percepção - Aula 1

Este conteúdo foi anotado durante a aula de psicologia da percepção, do dia 17/02/2009, abrangendo alguns conceitos referentes à análise de imagens, equilíbrio, peso, assimetria, entre outros.

O resumo foi transmitido para o professor responsável, que aprovou os apontamentos.

Sendo assim, fica como referência para futuros trabalhos que vier a desenvolver.

Irei inserir as imagens correspondentes à análise em uma atualização futura.

Até a próxima postagem, pessoal.

Equilíbrio

Ajuda você a educar sua visão mediante produtos visuais. Intuitivamente, sabemos o que as cores provocam em cada situação, assim como os odores.
Como as imagens se formam na minha cabeça? O processo de percepção em si, é idêntico em cada cérebro, porém o histórico de cada um influi na interpretação. Num site, a navegabilidade, usabilidade, cores e imagens, distribuição das imagens, influi na capacidade de recepção do usuário.
O site deve ser algo objetivo, dinâmico e de fácil manipulação.
A questão do equilíbrio é primordial. O conceito físico da força da gravidade (peso) está nas imagens.
Forças perceptivas da imagem: o equilíbrio total dá-se no centro do quadro. A idéias de leveza do Renascimento, está localizada no ponto de perspectiva para o centro. Um bom exemplo disso (ponto de fuga central) é o quadro da "Última Ceia".

Se quero causar estímulo, desloco fora do eixo de rotação psicológica.
Harmonia no centro (quadrado em branco)

Força de tensão psicológica (quadrado com esfera negra à direita)

Quanto mais aproximo a imagem da parte direita, psicologicamente atrai mais a circunferência para si. (quadrado com esfera negra mais à direita)
Se quero causar estímulo, desloco fora do eixo de rotação psicológica.
Linhas de tensão psicológicas
São as linhas desta imagem, sendo possível estudar o equilíbrio. Neste caso, há um desequilíbrio, causado pela esfera.
Se o ideal é tudo estar equilibrado, porque usamos e buscamos o desequilíbrio? Nós nunca enxergamos as coisas parados. Ver é a percepção da ação. Na minha natureza psicológica, nada é estático.
Equilíbrio (quadrado com esfera negra ao centro).
Não há equilíbrio (quadrado com esfera negra ao centro e uma segunda na diagonal superior direita).
Equilíbrio (quadrado com duas esferas negras, uma na diagonal superior direita e outra na diagonal inferior esquerda).
Os pintores abstratos, como Mondrian, conseguem fazer com que as linhas de tensão faça com que haja um "espelhamento".
Muitas vezes, uma obra-prima é simples, mas complexa ao mesmo tempo. Este equilíbrio é que faz a obra-prima.

A figura inferior, por ter uma de suas linhas quase no centro, faz com que tenhamos menos equilíbrio, apesar de mais próxima a este local.
Por outro lado, não existe ambiguidade na figura superior, porque fica-se clara a divisão dos retângulos assimétricos. Ou você distribui as formas divididas no centro, ou então afasta os elementos.
Análise das Obras de Arte
Van Gogh – Quarto de Dormir
Posiciona os objetos, de maneira a tentar distribuir seus pesos. No caso, a cama tem mais peso em relação a outros elementos.
A distância dos objetos e o estudo sistemático das cores, mostram um universo pictórico, buscando cores puras. As cores no quadro de Van Gogh, nos atraem para o espaço de repouso.
Manet – Olimpia
Existe uma maneira de despertar atenção do autor pelo interesse intrínseco da obra. Flores na diagonal esquerda para a direita. As flores são posicionadas de tal modo, que o seu espaço passa uma atenção mais direcionada.

Kandinsky
Tipo de representação pictórica com abstracionismo. Composição ordenada de determinado elemento.
Isola alguns deleas, mas chama atenção, "brincando" com a ambiguidade, pelo círculo vermelho posicionado próximo ao centro, tendendo à diagonal direita.
Toulouse-Lautrec
O uso da direção pelo posicionamento da cabeça do cavalo, seu corpo, etc. Minha visão é levada pelo direcionamento dos elementos da obra.

El Greco
Deposição de Cristo na cruz. Logo de cara, centralizo a visão, mas a personagem que segura Cristo, aponta o olhar para o céu.
A tensão psicológica é triangular, na contraposição dos olhares numa grande diagonal.
Outra personagem compartilha a visão para Cristo.
A inclinação da paisagem sugere dinamismo, assim como as diagonais. As nuvens também são inclinadas para sugerir esta idéia.
Rembrandt
Ombros não estão assimétricos, há instabilidade sugerida na obra. Cria uma indeterminação em termos de movimento.
As mãos se destacam, assim como no barroco, pelo contraste com a vestimenta. Pelo olhar, desvincula a posição do pescoço ao movimento sugerido. O deslocamento dos membros, sugere o movimento da obra.
Centro geométrico x centro perceptivo.
Pollock
Criou vertente de pintura de ação. Para os pintores tradicionais, não tem relevância.
Na obra de arte moderna, muitas vezes você faz parte da ação criativa. A distribuição de elementos, sugere complementariedade. Ele busca instintivamente, correlação entre as imagens. Apesar de haver certa perturbação.
Mantegna
Fez decoração como orientação ambiental. Ex: quando o céu é ambientado na abóbada de uma igreja. Uso minhas perspectivas para criar um espaço.
Michelângelo usa a orientação retiniana, na Capela Sistina, diferente da ambiental. Na retiniana eu crio um espaço diferente de um espaço externo real.
Nos grafites de rua você também constata a orientação retiniana.
Estes são os apontamentos importantes da aula de hoje.

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