Resenha do Filme - O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001)


Filme exibido durante a III Semana Cultural da Unibero, em 04/04/2008, segue resenha elaborada para fins de Atividade Complementar:

Ficha Técnica do Filme

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain
Título Original: Le Fabuleux Destin d’Amelie Poulain (França/2001)
Direção: Jean-Pierre Jeunet
Roteiro: Jean-Pierre Jeunet e Guillaume Laurant
Elenco: Audrey Tautou (Amélie Poulain), Mathieu Kassovitz (Nino Quincampoix), Rufus Narcy (Raphael Poulain), Yolande Moreau (Madame Wallace), Artus de Penguern (Hipólito).

RESUMO

"O filme mostra um mundo permeado pelo sentimento conturbado entre a ilusão e a solidão. Existem dramas pessoais vividos pela protagonista, que justificam a sua missão, expressa no título do filme: seu fabuloso destino consiste em ajudar o próximo, demonstrar paixão, doçura e solidariedade às suas respectivas causas.
Ela própria é um elemento extremamente desfavorecido na história, porque já presencia o drama da morte em família: de sua mãe e por este fato, somado às excentricidades de seu pai (com o inseparável gnomo de jardim a tiracolo).
Talvez o roteiro não seja muito “palatável” aos cinéfilos que buscam um filme com mais ação, mas para o propósito deste, sua execução foi muito bem-sucedida. Amélie, dentro de sua timidez característica, indigna-se, mais a cargo de suas expressões faciais, do que por conta das ações esperadas, quando o funcionário, solícito, porém lento em raciocínio na banca de frutas, vira motivo de chacota e discriminação por parte de seu chefe tirânico, quando do atendimento aos clientes. Algo dentro dela expressa que os fracos, sensíveis e emotivos têm sim que ter a sua vez e o seu lugar no mundo.
As fotografias também reclamam e ditam este clamor naquela passagem cômica em que as distintas versões dos retratos 3 x 4 fazem suas caras e caretas. Talvez queira, como Amélie, livrar-se das amarras de um mundo insensível e indiferente, chamando atenção de sua forma, mesmo em um espaço restrito de retrato 3 x 4.
Seu coração pulsa também, como manifestação deste arroubo de sentimentos, num efeito também já abordado em outras oportunidades, como na própria concepção de Amélie. Fica difícil imaginar que, da união de um sujeito extremamente introspectivo, o Sr. Raphael Poulain, permeado por manias como arrancar papéis de parede e fazer deste ato um prazer, com uma senhora, chamada Amandine, que com seus nervos de aço e rigor de dirigente, representava por um lado o temperamento oposto àquele calmo e fechado do marido, surge uma garota como Amélie, que cultivava o sonho de receber, ao menos por alguns parcos momentos, um abraço de seu pai, quando criança, mas que, em antítese, teve seu direito de ir à escola tolhido, sob o argumento de uma suposta doença e até mesmo também o seu direito infantil de ter um animalzinho de estimação.
Se o elemento solidão era presente em sua infância, mesmo com as raras oportunidades oferecidas pela mãe do convívio em sociedade, com a morte estúpida dela, o pai entra em uma clausura total.
Como a menina cresce e deseja viver um mundo de sonhos, parte de sua casa rumo a uma vida independente, descobrindo novos aspectos dela, inclusive os tragicômicos, como Georgette, a colega hipocondríaca e Philoméne, que faz de Amélie uma babá de animais, por conta de sua profissão (comissária).
Estes elementos porém, são ofuscados a partir do momento que ela encontra a sua idealizada princesa Diana como manchete de jornal televisivo, em 30 de agosto de 1997, morta em um acidente de trânsito, isso não apenas pelo fato em si, mas principalmente pela descoberta da caixinha de música, de um passado distante, o que a levaria a uma empreitada pela busca deste dono.
Acredito que o mundo fabuloso realmente é regido pelas atitudes positivas tomadas por cada indivíduo; porém, como o próprio título diz, podemos sempre ter uma ajuda extra do destino neste sentido e este é o mote central do filme."

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Resenha Literária - "Na Rua" (Maurílio de Sousa) - Editora Essencial

Levando Sempre Comigo Em Todo Campo Que Vou... - Marketing de Oportunidade Bugrino?

Resenha Cinematográfica - "Guerra Civil" (Civil War) - 2024