O Tripé Conceitual do Design (Forma, Função e Tecnologia)

Como primeira atividade relacionada à disciplina de Ergonomia, nos foi passado um exercício no sentido de discorrer a respeito do chamado tripé conceitual do Design (forma, função e tecnologia). A pergunta proposta foi a seguinte:
"Relacione os seguintes tópicos: tripé conceitual do design (forma, função e tecnologia) e a ergonomia. Explique a conexão existente entre eles e qual a sua importância na formação do designer."
A minha resposta está contida no texto abaixo:

"A própria etimologia da palavra design (plano, desígnio, configuração, arranjo, estrutura) e a sua conseqüente capacidade de atribuir forma material a conceitos intelectuais, nos ajuda a estabelecer a sua conexão com dois conceitos indissociáveis ao ser humano: o trabalho e o pensamento ("erg" e "ego").

Sim, pois é notório que, no mundo permeado por propostas de interação homem-máquina cada vez mais customizáveis e harmônicas (conforme prega a holística), primeiramente há de se conceber um projeto, fase pela qual há um levantamento de dados advindos de conhecimentos tão diversos quanto a física, medicina e antropometria, uma série de provas, testes de ambientação e reação, e, por fim, a compilação de resultados, visando uma posterior execução.
Neste sentido, a tecnologia vem complementar e facilitar a correta sinergia entre homem e seu ambiente de trabalho (trabalho, diga-se aqui, num conceito mais amplo, podendo ser estendido também ao lar e outros meios de convivência), porque permite o ganho de tempo na fase de estruturação de projeto, utilizando-se de softwares e meios de intercâmbio de informações e idéias cada vez menos burocráticos. Considerem-se, por exemplo, termos embrionários, em uma espécie de nascituro, como a computação em nuvem e o "Wolfram Alpha".
Em outras palavras, ela possibilitou agregarmos grande quantidade de informações de maneira mais adequada e conveniente, sem que precisássemos envidar esforços físicos exacerbados para ter o correto acesso a elas. Por tal escopo, há um dos exemplos do estabelecimento deste tripé: o armazenamento de dados em bits e bytes (tecnologia), sob espaços físicos reduzidos e funcionais, como pen-drives e outros dispositivos (forma), proporcionando facilidade e conforto no desempenho de tarefas (função), advindo da constatação da necessidade do respeito aos limites do corpo (ergonomia).
Porém, considerando a força considerável de um sistema capitalista mal-engendrado, a busca pelo bem-estar passa muito longe do objetivo de diversas empresas. Elas, mesmo cientes de uma legislação estabelecedora de normas de trabalho, identificadas em certificações como ISO, ABNT, dentre outras, passam muito longe de uma metodologia projetual que leve em consideração, por exemplo, a média antropométrica de seus funcionários. Isto, no Brasil, muitas vezes persiste, justamente em função da necessidade premente do cidadão comum de manter o seu posto de trabalho, em troca da subsistência.
Cabe a nós, designers, bem como a um corpo interdisciplinar de profissionais, "dobrar" tal prática, pelo convencimento que o respeito às regras, fundamentadas pelo tripé já citado, pode impactar em redução de custos e aumento de produtividade. Por tal motivo que o design, sem a defesa de uma tese baseada em conceitos, em argumentos, é inócuo: perde o poder de convencimento e a justificativa. E, tomando em consideração o fato de que existe, por parte de muitas corporações, a difusão da idéia de que este campo de estudo e as manifestações correlatas, é supérflua, para a nossa formação é fundamental termos uma grande base sobre seus alicerces principais. "
Obrigado e até a próxima postagem, pessoal!

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