O Fantástico Sr. Raposo - Crítica


Olá, pessoal.


Estava meio "sumido" em minhas postagens, devido aos afazeres da faculdade e tudo o mais. Por isso, este hiato sem escrever aqui no meu blog. Por isso, quero pedir desculpas aos "milhares" de fãs que esperavam ansiosamente a leitura de minhas humildes palavras.


Bem, na quarta-feira (23/12), fui assistir a animação em Stop Motion, chamada "O Fantástico Senhor Raposo". Contando com as vozes de George Clooney, Bill Murray, Anjelica Huston, Meryl Streep, entre outras, poderia ser considerada, à primeira vista, para quem somente observou o cartaz promocional da produção, uma obra infantil. Porém, a temática já abordada no início do filme, toca em assuntos muito centrados no ambiente adulto. Notadamente gravidez, conduta familiar na criação de filhos, ética e mudança de paradigmas.


A propósito, este é o mote central do filme: o embate entre o Sr. Raposo e a sua esposa, a Sra. Raposa. A diferença central, aliás, reside na espécie animal sob o qual o filme é centrado, porque, de resto, as características e falhas de conduta estão presentes para quem quiser ver. Como, no circuito, não havia disponibilidade de cópias dubladas e o tema é bastante complexo, apesar de permeado por momentos extremamente divertidos, não é uma obra indicada para crianças assistirem. Nisso, posso dar meu testemunho pessoal, porque, além de vê-lo numa sala com capacidade extremamente reduzida (espaço Unibanco, Sala 4, na Rua Augusta, com cerca de 50 lugares), tive a "grata surpresa" de sentar-me ao lado de uma família e exatamente lado a lado de uma menina de seus 7 anos que não parava quieta em sua cadeira. Logo no início do filme, dada a velocidade da legendagem, balbuciou para a sua mãe: "não estou entendendo nada...". Daí já imaginei o que estava por vir...


Afora tais acidentes de percurso, o filme serve para rememorarmos em nossa mente uma velha máxima: "somente o ser humano, dotado de pensamento, é capaz de exercer seu livre-arbítrio, seja para o bem, seja para o mal". Mesmo tendo a égide da conduta incorreta (furto de galinhas), o Sr. Raposo não resiste em embrenhar-se por este caminho, despertando a vontade incontida de seu filho (o pequeno Ash) em aproximar-se dele, mesmo não tendo a devida atenção. Tal despeito é acentuado e gera ciúmes significativos quando da chegada do primo de Ash, Kristofferson, um adolescente praticamente "perfeito" dentro dos padrões de estética e desempenho advindos desta idade.


O filme, dentro desta temática de um "adulto", representante feérico de uma classe passível de corrupção e desmandos, mostra bem o embate entre a classe dita "capitalista", detentora dos recursos (no caso, os fazendeiros Boque, Bunco e Bino), cansada de prejuízos provenientes de roubos, protagonizada por um suposto "Robin Hood", que é o Sr. Raposo. E a surpreendente "admiração" que o defensor dos fracos e oprimidos desperta em um grupo de pessoas, exceto naquela que lhe é mais importante: sua esposa, representante dos valores ilibados de conduta moral.


Enfim, também bastante atual, no que tange aos tempos atuais, porque sabemos da quantidade de escândalos, manifestações mais evidentes dos desvios de conduta de nossa classe política, que sabe que aceitar propinas e "contribuições", mesmo sob a chancela e o pretexto de auxiliar os pobres (vide "compra de panetones"), não é exatamente o comportamento mais esperado.


Vale lembrar que é um filme com roteiro assinado pelo diretor Noah Baumbach e direção de Wes Anderson, de "Os Excêntricos Tenembaums", sendo que este diretor também tomou a temática de família neste filme anterior.


Não leve suas crianças para assistir!


Até a próxima postagem, pessoal.


Glauco.







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