Resenhas Cinematográficas - Cabo do Medo

"Traumas e revoltas podem se transformar em atos de violência ou então de regeneração total, onde o afetado desenvolve o método da resiliência para poder se redimir.

No caso de “Cabo do Medo”, um dos protagonistas, Max Cady (vivido por Robert de Niro), é um ex-presidiário que arquiteta uma vingança contra o advogado da defensoria pública Sam Bowden (Nick Nolte), que omitiu informações importantes no processo, as quais poderiam absolver este psicopata.
De Niro é magistral em papéis que demonstram fortaleza, personalidades marcantes e inteligentes e anti-heróis (como Jake La Motta, o boxeador de trajetória descendente em “Touro Indomável”). Nesta produção, isto não foge à regra e o expresso no primeiro parágrafo é convincentemente mesclado por Martin Scorsese: crueldade, ameaça e inteligência/sagacidade ao aterrorizar apenas subliminarmente durante boa parte da trama, a família de seu ex-advogado. Forjando também papéis de bom vizinho e até mesmo de educador, não cansa de citar seu nível de conhecimento e por força do poder de persuasão, sensualidade e da curiosidade crescente durante a adolescência, consegue uma aproximação direta no cerne, no calcanhar de Aquiles da família: a filha de Sam (Juliette Lewis, que faz a personagem de Danielle Bowden).
Talvez, por conta de passagens bíblicas, por conta desta megalomania de Max Cady, o título, agregado ao cenário ligado ao clímax do filme, sejam tão marcantes. Trata-se de um filme que vale a pena ver e analisar, até mesmo por conta de aspectos sociológicos e criminais. Há uma corrente que apregoa que não há correção para os chamados sociopatas, pois eles não conseguem nunca inserirem-se na sociedade, por mais que se adotem medidas corretivas."

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