Minhas Resenhas Cinematográficas - Além da Vida

Olá, pessoal.


Assisti ontem, após muita expectativa e ansiedade, o filme "Além da Vida", dirigido por Clint Eastwood e protagonizado por Matt Damon e Cécile DeFrance. Eis as minhas impressões, condensadas nesta resenha.


"A única previsão realmente efetiva que o mundo nos reserva é a da imprevisibilidade. O homem, por mais inteligência que tenha adquirido durante a sua linha evolutiva, ainda é, de acordo com preceitos espíritas principalmente, um invólucro carnal para envolver um espírito que habita este mundo. E este, quando necessário ou designado para uma missão, em outro Universo, consegue, de acordo com seu estágio evolutivo, locomover-se a velocidades inimagináveis...


Shakespeare já dizia que há muito mais coisas entre o céu e a terra do que supõe nossa vã filosofia. Nós podemos abstrair desta máxima dois eventos traumáticos extremamente similares, motivados pela força da natureza, que são o tsunami asiático e os recentes deslizamentos de terra e soterramento nas cidades serranas cariocas, para demonstrar, aparte comentários ligados à omissão governamental, o quão perene nossa vida pode ser: o quanto pode se esfacelar em questão de segundos e como pode manter comunicações com espíritos de luz, materialmente inexistentes e não palpáveis por outras pessoas, por conta disso.


Em “Além da Vida”, novamente Clint Eastwood e Matt Damon formam parceria em uma produção que faz aflorar a sensibilidade dos expectadores (antes, haviam conseguido em “Invictus”, com temática racial, tendo como cenário a África do Sul). Em meio a um contexto ligado ao charlatanismo e à busca por lucros desenfreados, utilizando a mediunidade como instrumento, a personagem de Damon (George) luta contra isto, por conta da exclusão social proporcionada por este seu dom.


Da reunião de mundos díspares, complementado pela jornalista francesa Marie (atriz Cécile de France), e pelos irmãos britânicos Marcus e Jason (os ótimos Frankie e George McLaren), seus dramas pessoais, a trama mostra, sem apelações ou exageros ligados ao tema, que existe capacidade de reconstrução de uma vida com base na confiança mútua, mesmo distante. Mesmo o gestual de Damon, durante as suas conexões, está longe de ser teatralizada, artificial.


Fisicamente falando, este estado transitório entre vida e morte, especialmente explorado na passagem pós-inundação do tsunami por Marie, encontra uma certa explicação científica e média no estado de catalepsia, em que há enrijecimento de membros, impedindo o traumatizado de movimentar-se, apesar de perceber sutilmente o que ocorre ao seu redor.


Ocorre que crer em uma vida fora da matéria é um tanto quanto delicado para muitas pessoas e o mérito do filme reside em não tornar polêmica tanto uma faceta quanto outra, referente a esta interpretação.


Esta austeridade em abordar o tema, combinada com trilha sonora suave, mas adequada ao pesar e questionamento de nossas existências, além de momentos extremamente emocionantes, ressaltam a competência de Clint. A ressalva que pode ser feita no caso, diz respeito ao ritmo do filme, porque o mote principal (interligação), demanda um certo tempo para ocorrer."

Até a próxima postagem, pessoal!


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