Minhas Resenhas Cinematográficas - O Sonho de Cassandra

Boa noite, pessoal.

Este filme aconselho muito, por conta de proporcionar uma excelente análise psicológica dos atos humanos. É "O Sonho de Cassandra", dirigido por Woody Allen.




"Woody Allen dirige esta produção que, fugindo do ambiente apaixonadamente declarado por ele como seu preferido (Nova York) e valendo-se de atores com sotaque britânico acentuado (Colin Farrell e Ian McGregor), mostra novamente um ponto de análise muito rico quanto às variantes do comportamento humano.

A artificialidade de nossas vidas vêm à tona quando queremos demonstrar algo fora da essência, da individualidade. Principalmente a partir do momento em que necessitamos constantemente, por força de mostrar um status inexistente e um interesse financeiro premente.

São estes conflitos que permeiam o universo dos dois protagonistas: McGregor vive Ian, um “bom-vivant” de fachada cujo sonho maior é alçar vôos empresariais mais altos, conseguindo sair da alçada de seu pai, dono de um restaurante. Com isso, insistem em um cenário contextualizado por uma riqueza inexistente e, no início da trama materializa este ideário, combinando com seu irmão Terry (Colin Farrell) a compra de um veleiro de segunda mão, batizado posteriormente de “O Sonho de Cassandra”.


Terry, a propósito, é a chamada “ovelha negra da família”, por conta das suas confusões sazonais com jogos de azar. Sua sorte oscila tanto quanto o seu humor. Curiosamente, possui um relacionamento amoroso mais estável e uma companheira mais companheira na acepção literal da palavra e esta característica será mais acentuada conforme a trama se desenrola.

A fusão destes problemas a resolver (dívida e sonhos de empreendedorismo) vê no tio Howard (Tom Wilkinson) um fio de esperança. Porém, como vemos usualmente em tragédias da mitologia grega, em que por exemplo, Aquiles rivaliza com Heitor e, após matá-lo, amarra seu corpo em uma biga para ser visto pela multidão, o tio abastado faz aflorar uma proposta sinistra em nome da lealdade familiar, como elemento-chave à propulsão dos sonhos dos dois irmãos.

A competência e a energia de Allen emerge nos diálogos orientados por uma sutil ironia, os quais, mesmo ligados à questões delicadas, nos fazem rir. O principal legado desta produção, na realidade, pode ser comparado a uma atitude muito comum do homem moderno: procurar a resolução de um problema por outro problema, o que faz, no mínimo, surgir a chamada “Lei de Murphy” e também a famosíssima bola de neve, uma avalanche de problemas.

E que as coincidências do destino são muito mais obras dos nossos atos falhos do que por mera coincidência."

Até a próxima postagem, pessoal!


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