De T'sai Lun e Gutemberg a... Lionel Messi (?) - Papéis Que Fazem História

De fato, o título deste texto parece um tanto quanto controverso, mas diz respeito a um elemento de enorme importância em nossa sociedade já há muito tempo: o papel. De suma importância nos dias atuais, para a fabricação de itens da área educacional, como livros, cadernos, cartilhas, atlas, flip-charts, folhas para desenho, como sulfite e canson, dentre outras aplicações, ele na realidade surgiu há muito tempo, de uma maneira diferente de como conhecemos hoje, na China. 

Mais precisamente no ano de 105 d.c., T'sai Lun realizou alguns experimentos com uma tela de fundo esticada em um bambu e aplicação de fibras maceradas (sobras). Esta tela absorvia melhor a tinta e deu origem ao papel. Este processo acabou configurando uma vantagem em relação ao pergaminho e o papiro antigos, materiais mais rígidos. 


Com isso, posteriormente foi possível dar formato aos livros conforme o formato que temos hoje. Apesar dos primeiros livros terem registro de serem compostos aproximadamente, eles variavam de formato conforme a população. Materiais como argila, cascas de árvores, pedras, madeira e barro eram utilizados para registrar os escritos.

Muito mais à frente, em meados de 1455, o alemão Gutenberg apresentou ao mundo a prensa de tipos móveis de metal, mais forte e resistente que outros modelos, como os de madeira usado pelos chineses por exemplo (contendo cerca de 400 mil ideogramas). Com isso, houve a viabilidade de popularizar o livro pela Europa, artigo conhecido em sua maior parte apenas por nobres e clérigos. Em 1500 cerca de 15 milhões de livros haviam sido impressos.


Atualmente os números ligados à produção do papel são impressionantes. Para se ter um referencial, a Klabin, empresa brasileira do ramo, faz parte deste segmento, o qual compõe 1.2% do PIB brasileiro. Ela é a maior exportadora  de papéis para embalagens e embalagens de papel do Brasil. 

O preâmbulo a respeito deste material (papel), foi exposto tendo como finalidade apresentar uma espécie de pano de fundo a respeito de uma notícia veiculada hoje na mídia, um tanto quanto inusitada, mas principalmente surpreendente pela configuração inversamente proporcional entre produto e sua proporção, com o valor a ele atribuído. 

Trata-se do valor de um... guardanapo. Exatamente, uma fração de papel quadrado tão presente em nosso cotidiano, mas que ganhou uma importância gigantesca por conta da figura do melhor jogador do mundo: Lionel Messi. 


A imagem acima corresponde a ele, emoldurado por seu dono atual, chamado Horacio Gaggioli e representa o primeiro contrato do jogador, à época com 13 anos de idade, com o Barcelona. Este item irá a leilão em março, com valor estimado entre 300 mil e 500 mil libras esterlinas (entre R$ 1,8 milhão e R$ 3 milhões).

O texto na íntegra diz o seguinte: 

"Em Barcelona, no dia 14 de dezembro de 2000 e na presença dos senhores Minguella e Horacio, Carles Rexach, secretário técnico do Barcelona, se compromete, mediante sua responsabilidade e apesar de algumas opiniões contrárias, a contratar o jogador Lionel Messi sempre e quando se mantiverem as quantidades acordadas."

Claro que, de certa forma, se formos refletir, há outros pedaços de papel à primeira vista insignificantes em termos proporcionais, mas que também, em um contexto favorável, permeado por sorte, conseguem atingir uma probabilidade praticamente impossível de se concretizar. São eles, os bilhetes de loteria. Tomando como base a mega-sena, por exemplo, existe uma chance em 50 milhões (aproximadamente) de se acertar os 6 números correspondentes à premiação máxima, escolhendo a aposta mínima de seis dezenas no volante. 


Podemos então afirmar que o Sr. Gaggioli, sem desembolsar um tostão, sem também realizar uma aposta formal (apesar do contrato na ocasião, apostar no desenvolvimento de um jogador franzino e que suscitava dúvidas quanto à probabilidades de sucesso), conseguiu o notável feito de ganhar na loteria do destino.  

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