Resenha Cinematográfica - "A Redenção: A História Real de Bonhoeffer" - 2024

O material de leitura que dispomos a respeito da II Guerra Mundial é vasto. São dezenas de títulos, produções cinematográficas, documentários, fotos. Tive contato com muitos destes itens ao longo do tempo, pois o assunto muito me interessa, inclusive tendo a oportunidade de ler a obra de Stephen E. Ambrose, "O Dia D", detalhando a incursão das tropas aliadas à Normandia (França) em diferentes frentes e pontos de desembarque, cada qual com sua característica e nível de dificuldade em 6 de junho de 1944. 

Uma história derivada, aliás deste evento, determinante para o curso final da guerra, diz respeito ao fotógrafo norte-americano Robert Capa. Ele esteve presente durante o desembarque dos soldados nesta operação, que mobilizou aproximadamente 7 mil navios, 5.500 aviões e cerca de 160 mil homens e registrou este momento único. Porém, existem relatos de que Capa apenas conseguiu preservar cerca de 11 das 160 fotos da chegada dos aliados na praia Omaha por um erro ligado à superexposição do filme fotográfico (uso indevido). Mas mesmo esta quantidade limitada conseguiu reproduzir o início da ação. 


Acredito ser pertinente fazer este preâmbulo, por alguns motivos: reforçar, conforme dito no início da resenha, a curiosidade contínua a respeito do assunto II Guerra Mundial, descrever de forma sucinta um acontecimento, sem precedente em mobilização de força, que determinou seu curso final e também demonstrar que é mais comum realmente nos depararmos com materiais ligados ao "front", aos exércitos, equipamentos,, cronologia e crueldade da guerra, em relação ao quanto ela influiu na religiosidade de uma população.

E mesmo anteriormente ao filme que analiso hoje ("A Redenção: A História Real de Bonhoeffer"), o personagem mais comum e notório em termos de altruísmo e desafio ao Reich, de nacionalidade alemã, conhecido por nós, foi Oskar Schindler, no filme "A Lista de Schindler".

Pois bem, Dietrich Bonhoeffer, nascido em 1906, foi um teólogo e pastor e viveu sob o jugo dos anos de guerra e ascensão do Nazismo, com o advento de Adolf Hitler ao posto de Chanceler em 1933, nomeado pelo então presidente Paul Von Hindenburg. Apesar disso, Hindenburg não nutria muito apreço por ele. Com a morte do marechal presidente no ano seguinte, Hitler proclamou-se o "Reich" da Alemanha, centralizando o poder e acumulando os dois cargos. 

Neste sentido, também determinou mudanças na Igreja que desagradaram Bonhoeffer, por caracterizarem a centralização da fé na figura do ditador e não na de Deus. Por isso, Dietrich seguiu a linha da chamada "igreja confessante" e munido de sua determinação e de ensinamentos obtidos durante um período de permanência nos EUA, no bairro do Harlem, no qual conheceu a igreja batista denominada "Abyssinian Baptist Church", desenvolveu fortemente sua luta pela fraternidade, generosidade e compaixão. 

Por tudo isso e a anteposição à nova ordem política vigente, teve seu direito de professar a fé, lecionar e estudar cassado e foi preso em 05 de abril de 1943. 


O filme descreve todo este histórico e outros aspectos do ativismo dele, inclusive planos arquitetados para dar cabo da vida do "Führer". Para além destes fatos enumerados, o filme consegue prender a atenção do expectador e aguçar a curiosidade em conhecer melhor a vida do religioso e até mesmo algumas facetas um tanto quanto heterodoxas de sua personalidade. 

Até a próxima postagem, pessoal! 

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